A biologia é caracterizada pelo estudo do todo, ou seja, da vida. Existem subdivisões para que se possa ter uma melhor compreensão dos assuntos, mas estudando tal matéria, podemos reparar que todas se interligam.
-Citologia:
A citologia é a área da Biologia que estuda as células. Na hierarquia dos níveis de organização biológica, as células são unidades básicas da vida. Estudá-las, portanto, nos permite entender os princípios fundamentais que regem a vida.
Existem diversos seres que são unicelulares e, nesses casos, uma única celular realiza todas as funções necessárias para a sobrevivência desse ser. Nos seres multicelulares, as células são especializadas para realizar diferentes funções e, como regra geral, uma célula não pode sobreviver isolada das outras. Entretanto, mesmo que não possam viver independentemente umas das outras, elas continuam a ser as unidades estruturais e funcionais do organismo. Todas as funções realizadas pelos seres vivos dependem de processos que ocorrem no nível celular.
Embora algumas células possam ser mais complexas que outras todas elas têm características em comum: são sistemas delimitados por uma membrana que propicia um meio interno mais controlado ao mesmo tempo em que permite trocas de matéria e de energia com o meio externo. Tendo seus limites estabelecidos por estruturas com essas características, as células são sistemas abertos – um sistema fechado não se mantém vivo. As células possuem os componentes físicos e químicos necessários para o crescimento e a divisão. Convertem energia de uma forma para outra e usam a energia para realizar diversas funções, armazenam as informações genéticas em moléculas de DNA, que têm a capacidade de duplicação.
Encontramos, assim, grandes semelhanças no nível celular desde as bactérias até o ser humano, o que nos ajuda a traçar a história evolutiva dos seres vivos e notar que existem fortes evidências de que todos descendem de uma célula ancestral comum, que surgiu nos primórdios da Terra primitiva. Por meio do processo evolutivo, essas células se modificaram e se especializaram, gerando a grande diversidade de seres que existem hoje em nosso planeta.
Estudar as células nos permite compreender a vida, pois ela ocorre no nível celular.
As primeiras análises de células ao microscópio de luz permitiram concluir que elas são formadas por uma região de natureza viscosa, gelatinosa, que recebeu o nome de citoplasma, que não se mistura com o meio, a não ser que a célula seja rompida, ou seja, ele é delimitado por uma membrana, não-visível ao microscópio de luz, que foi denominada membrana plasmática. Imersa no citoplasma observa-se uma forma variável, mas geralmente arredondada ou ovalada, que recebeu o nome de núcleo por ter sido considerada centro fundamental de todas as atividades das células. Ao microscópio de luz é também possível observar certos componentes imersos no citoplasma, como mitocôndrias e cloroplastos. Algumas das diversas estruturas celulares puderam ser observadas de forma mais evidente a partir do século XIX, com o uso de corantes especiais.
Hoje, sabemos que existem dois tipos de células: as procariontes, que são células muito simples, sem organelas e com material genético (DNA) localizado em uma região específica do citoplasma, mas não protegido por um envoltório, ou seja, sem uma membrana nuclear (carioteca), e as eucariontes, que são aquelas células mais complexas com o citoplasma rico em organelas e com o material genético (DNA) protegido pela carioteca.
- Reprodução e Embriologia:
A reprodução é um processo essencial para a manutenção das populações das diferentes espécies. Sem ela, a vida não se perpetuaria, pois não seriam repostos os indivíduos que morrem. Embora a reprodução não seja essencial para a sobrevivência de um indivíduo, é essencial para a sobrevivência das espécies.
Conhecer várias estratégias reprodutivas dos seres vivos nos permite estabelecer medidas de preservação das espécies, com o estabelecimento de épocas adequadas para a pesca, e medidas de controle da população de vetores de doenças. Estudar esta matéria nos faz entender como é o sistema genital humano, como ocorre o processo de reprodução e quais são as consequências da atividade sexual, o que nos qualifica a tomar decisões conscientes sobre nossa vida.
No processo de evolução a partir do qual cada um de nós surgiu, duas células entraram em contato e se uniram, dando origem a uma única célula chamada zigoto. De uma única célula, surgiu cada um de nós. A Embriologia, umas das áreas mais promissoras da Biologia atual, procura desvendar todos os mistérios que existem sobre como uma única célula pode dar origem a tantos tipos diferentes de células, com funções totalmente distintas. Ela tem aberto portas para temas que vão além da compreensão do processo de formação e desenvolvimento de um novo ser, tem trazido valiosas informações sobre o tratamento de doenças e sobre células-tronco, assunto bastante polêmico.
Em nível molecular, a reprodução está relacionada com a capacidade de o DNA se duplicar. Os vários tipos de reprodução podem ser agrupados em duas grandes categorias: a reprodução assexuada e a reprodução sexuada.
Os indivíduos que surgem por reprodução assexuada são geneticamente idênticos entre si, formando o que se chama de clone. Eles só terão patrimônio genético se sofrerem mutação, que corresponde à alteração no material genético. Um tipo de reprodução assexuada comum nos unicelulares é a bipartição, também chamada de divisão binária ou cissiparidade, em que de um indivíduo inicial surgem dois. Nos unicelulares eucariontes a bipartição está relacionada à mitose. Nos procariontes, como não há mitose, ela está relacionada à duplicação do DNA e à divisão da célula inicial.
A reprodução sexuada está relacionada com a meiose e a fecundação. Por meiose, o número diplóide de cromossomos é reduzido à metade, e pela fecundação restabelece-se o número 2n típico da espécie. Dessa maneira, ocorre troca e mistura de material genético entre indivíduos de uma população, aumentando a variabilidade. Os descendentes que surgem por reprodução sexuada assemelham-se aos pais, mas não são idênticos a eles. Esse modo de reprodução, apesar de mais complexo e energeticamente mais custoso que a reprodução assexuada, traz grandes vantagens aos seres vivos e é o mais amplamente encontrado nos diferentes grupos.
- Histologia Animal:
A Histologia é o estudo da estrutura do material biológico e das maneiras como os seus componentes se inter-relacionam, tanto estrutural quanto funcionalmente.
O estudo da histologia se iniciou com o desenvolvimento de microscópios simples e de técnicas para preparo de material biológico, tornando-o adequado para exame. Os primeiros histologistas descobriram muito sobre a estrutura do material biológico, estabelecendo a teoria celular da estrutura dos organismos vivos, onde a célula é a unidade básica da arquitetura da maioria dos materiais biológicos.
Além de ser importante para a área médica, o estudo dos tecidos pode nos ajudar a entender melhor o funcionamento do nosso corpo e como os aspectos celulares, bioquímicos, genéticos e anatômicos estão interligados. Conhecer um pouco de Histologia nos ajuda a tomar decisões mais conscientes quando levantamos certas questões.
A multicelularidade surgiu na linhagem dos eucariontes e é um evento recente em se tratando de tempo evolutivo, que normalmente é bastante longo. Estima-se que os primeiros multicelulares tenham surgido há menos de 1 bilhão de anos. O aparecimento da multicelularidade deve estar relacionado com o surgimento de elaborados sinais de reconhecimento entre células, localizados principalmente na membrana plasmática. Esses sinais teriam propiciado que uma célula fosse capaz de reconhecer outras semelhantes a ela, de se comunicar e de se unir estabelecendo uma forma de coordenar seu comportamento em benefício do organismo como um todo.
O que faz com que cada célula seja diferente das outras é o fato de que alguns genes se encontram ativos em umas células e inativos em outras. Essa atividade gênica diferencial explica a diversidade celular dos organismos.
O conjunto de células com características morfológicas semelhantes foram descritas como tecido, tendo sido estes divididos em quatro tipos: tecido epitelial, formado por células que revestem superfícies, cavidades corporais ou formam glândulas; tecido conjuntivo, constituído por células e abundante matriz extracelular, com a função de preenchimento ou sustentação; tecido muscular, constituído por células com propriedades contráteis; e tecido nervoso, constituído por células que formam o cérebro, medula nervosa e nervos.
- Anatomia e Fisiologia Humana:
A anatomia e a fisiologia têm como objetivos gerais valorizar os conhecimentos sobre a estrutura e o funcionamento dos sistemas de órgãos do corpo humano, reconhecendo sua importância para identificar eventuais disfunções orgânicas e cuidar da própria saúde. Nos ajuda a reconhecer princípios fisiológicos que se aplicam a nós e a outros seres vivos, o que contribui para a reflexão sobre as relações de parentesco entre os seres humanos e os outros organismos.
Nosso corpo é formado por cerca de dez trilhões de células vivas. Além de suprimento ininterrupto de gás oxigênio, as células do corpo precisam receber água e tipos variados de alimentos. Atendemos a essas necessidades celulares quando comemos e quando respiramos.
Os nutrientes absorvidos pelo intestino e o gás oxigênio absorvido pelos pulmões são distribuídos a todas as células do corpo pelo sistema cardiovascular. Este é uma vasta rede de tubulações em que circula o sangue bombeado pelo coração.
Nossas células também produzem substâncias indesejáveis, como compostos nitrogenados e gás carbônico, que são liberados no sangue circulante. O gás carbônico é eliminado do corpo quando o sangue passa pelos pulmões e os compostos nitrogenados são retirados do sangue pelos rins e eliminados pela urina.
O funcionamento conjunto e harmonioso dos sistemas digestório, cardiovascular, respiratório e urinário garante que todas as nossas células tenham suas necessidades básicas atendidas.
Conhecer o próprio corpo, além de interessante, é muito útil e as informações sobre o funcionamento dos órgãos e dos sistemas corporais podem nos ajudar a manter nosso corpo mais saudável.
- Genética:
Genética é a área da Biologia que estuda as transmissão de características de pais para filhos, ao longo das gerações, o que se denomina herança biologia ou hereditariedade. Apesar de a herança biológica desafiar a curiosidade das pessoas desde a pré-história, a Genética desenvolveu-se de maneira expressiva apenas no século XX.
Na verdade, os seres vivos herdam de seus pais não as características em si, mas as instruções de como produzi-las. Essas instruções, os genes, estão codificadas nas moléculas de DNA que constituem os cromossomos. Os genes comandam o funcionamento das células e, assim, determinam as características hereditárias.
A humanidade sempre se interessou em saber como os filhos herdam características dos pais. Ao longo da história, diversas culturas promoveram cruzamentos controlados em animais e em plantas, conseguindo desenvolver ou acentuar características de seu interesse, como o tamanho e o sabor de frutos, a maior produção de leite, a velocidade dos cavalos de corrida, a massa corporal dos suínos. Os conhecimentos sobre herança biológica derivados do senso comum são antigos, mas os princípios científicos que explicam a herança das características foram enunciados por Gregor Mendel em apenas 1865.
A compreensão dos fundamentos da hereditariedade permitiu o surgimento e o espetacular desenvolvimento da Genética. Nas primeiras décadas do século XX, antes mesmo de saber que o DNA (ácido desoxirribonucléico) é o material hereditário, os conhecimentos genéticos já influenciavam a vida das pessoas. A seleção genética permitiu obter linhagens de animais e de plantas mais produtivas, mais saborosas, mais ricas em vitaminas. A produção mundial de alimentos vem aumentando e melhorando em qualidade graças à aplicação de novas tecnologias, baseadas em conhecimentos genéticos.
A Genética estuda também como certas doenças são transmitidas ao longo das gerações, estimando a probabilidade de o filho de um casal ser afetado por uma enfermidade genética presente em pessoas da família. Atualmente é possível descobrir se um embrião com poucas semanas de vida será portador de uma doença genética presente em sua linhagem familiar. Nos últimos anos a Genética se popularizou, principalmente com a identificação de pessoas pelo DNA, a Engenharia Genética, os organismos transgênicos e o seqüenciamento do genoma humano.
Conhecer os princípios da Genética e seus eventuais benefícios e riscos é importante para o cidadão ou cidadã que desejam participar ativa e conscientemente na sociedade contemporânea, em discussões como aborto terapêutico, a utilização de alimentos geneticamente modificados, a terapia gênica. É importante conhecer os fundamentos dessa área da ciência porque sua aplicação afeta diretamente nossas vidas e pode trazer consequências não apenas para nossa geração, mas também para as gerações futuras.
Bia, achei muito bem explicado o trabalho!! Achei que ficou muito boa a parte da citologia, como funciona as células, consegui entender bem! Parabéns :)
ResponderExcluirDalhe nega! teu trabalho ta muito bom, explicou bem detalhadamente cada área que tu escolheu, deu para entender super bem!
ResponderExcluirparabéns :D